No mês de julho a Anvisa anunciou que houveram mudanças na classificação de agrotóxicos, gerando diversas discussões e discordâncias que tomaram conta de notícias e reportagens. O principal ponto discutido foi a alteração de produtos que antes eram considerados extremamente tóxicos agora estão em uma classificação mais branda. 

Antes de entrar na discussão sobre a classificação é preciso entender o conceito de agrotóxicos. O agrotóxico é a designação genérica para diversos produtos químicos utilizados na agricultura. Nessa descrição, incluem: pesticidas, herbicidas, praguicidas, entre outros. Tais produtos causam danos para a saúde do ser-humano e do meio ambiente em diferentes escalas. 

Pesquisas mostram que um terço dos agrotóxicos hoje aprovados no Brasil são proibidos na Europa. Existem diversas empresas européias produtoras de agrotóxicos que exportam para a Ásia, África e América do Sul, já que a regulamentação para uso na União Européia é mais rígida. 

De acordo com dados da Anvisa, o Brasil é o país que mais usa agrotóxicos no mundo. Só nos primeiros 7 meses de 2019, o governo liberou quase 300 tipos de agrotóxicos, sendo um recorde de aprovações. O gráfico abaixo, com dados adquiridos pelo Greenpeace, demonstram o aumento de aprovações de agrotóxicos no país, principalmente nos últimos anos. 

Em relação aos riscos para a saúde, a pesquisadora Larissa Mies Bombardi afirma que entre 2007 e 2014, somente no Brasil, 24 mil pessoas sofreram de intoxicação por agrotóxicos, sendo que a cada dois dias e meio 1 pessoa morre no Brasil e mais de 200 mil morrem por ano mundialmente pelos danos de agrotóxicos. Os riscos à saúde podem se manifestar em curto, médio e longo prazo, sendo mais comum os sintomas como: náusea, tontura, irritação de pele, vômitos e dificuldade respiratória. Em casos mais sérios, pode ocorrer paralisias, tumores, lesões cerebrais, coma e até a morte. 

A maior mudança na classificação da Anvisa em relação aos agrotóxicos foi definir que os agrotóxicos extremamente tóxicos, da classe I, seriam somente aqueles que trazem risco de morte. Anteriormente, os agrotóxicos que traziam danos aos olhos, reversíveis ou não, e corrosão na pele, já pertenciam à Classe I. Com essa mudança, produtos que antes eram classificados como “extremamente tóxicos” passam a ser “moderadamente tóxicos”. 

A Anvisa alega que as mudanças ocorreram para que houvesse uma padronização com a utilização do GHS (Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos) que é atualmente utilizado por 53 países. 

Um dos agrotóxicos mais utilizado no Brasil é o glifosato. Tal produto foi considerado pela Organização Mundial da Saúde cancerígeno para humanos. Porém, de acordo com a classificação da Anvisa, o glifosato é considerado “pouco tóxico” já que não causa efeitos imediatos. 

Mesmo com a lavagem com sabão e até água sanitária, há agrotóxicos que penetram nas fibras das frutas, verduras e legumes, não impedindo que haja a  ingestão desses produtos. A indicação para não consumir agrotóxicos é basicamente buscar alimentos orgânicos, garantindo que não houve a utilização de nenhum tipo de agrotóxico.

A Nutriens preza pela saúde das pessoas e do meio ambiente e por isso comercializa produtos orgânicos. As frutas, verduras, legumes, ovos e mél da Nutriens são produzidos e cultivados da maneira mais natural possível.